Conheço barcos que ficam no porto Com medo de que as correntes os arrastem violentamente. Conheço barcos que enferrujam no porto Para não arriscarem nunca uma vela ao largo. Conheço barcos que se esquecem de zarpar. Têm medo do mar por estarem a envelhecer, E as vagas nunca os separaram A sua viagem terminou antes de começar. Conheço barcos tão amarrados Que desaprenderam de se olhar. Conheço barcos que ficam a marulhar Para estarem realmente seguros de jamais se deixar. Conheço barcos que vão, aos pares, Afrontar o temporal quando o furacão está sobre eles. Conheço barcos que se arranham um pouco Nas rotas oceânicas aonde os levam os seus manejos. Conheço barcos que regressam ao porto, Todos amassados, mas mais dignos e mais fortes. Conheço barcos estranhamente iguais Quando partilharam anos e anos de sol. Conheço barcos que transbordam de amor Quando navegaram até ao seu último dia, Sem nunca recolher suas asas de gigantes Porque têm ...
“Quando te sentires perdido, confuso, pensa nas árvores, lembra-te da forma como crescem. Lembra-te de que uma árvore com muita ramagem e poucas raízes é derrubada à primeira rajada de vento, e de que a linfa custa a correr numa árvore com muitas raízes e pouca ramagem. As raízes e os ramos devem crescer de igual modo, deves estar nas coisas e estar sobre as coisas, só assim poderás dar sombra e abrigo, só assim, na estação apropriada, poderás cobrir-te de flores e de frutos. E quando à tua frente se abrirem muitas estradas e não souberes a que hás-de escolher, não metas por uma ao acaso, senta-te e espera. Respira com a mesma profundidade confiante com que respiraste no dia em que vieste ao mundo, e sem deixares que te distraia, espera e volta a esperar. Fica quieto, em silêncio, e ouve o teu coração (a tua cabeça e as tuas entranhas, o mais profundo de ti mesmo... é aí que Deus se manifesta). Quando ele te falar, levanta-te, e vai para onde ele te levar.” Susana T...
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