Água salgada, água sagrada...
(...) Há demasiada beleza nisto.
Quando caminhamos no mar, não interessa
mais nada.
Há qualquer coisa de eternidade, de estar fora do tempo e do espaço quando se dá uma surfada. São tudo formas de nos colocar perto do absoluto, seja lá isso o que for.
Há qualquer coisa de eternidade, de estar fora do tempo e do espaço quando se dá uma surfada. São tudo formas de nos colocar perto do absoluto, seja lá isso o que for.
É por isso que o Nasser ia para o mar
do nascer ao pôr do sol no Ramadão. Deve
ter sido por isso que o Cristo caminhou sobre as águas.
Deve ser por isto que há quem se
levante de madrugada, deve ser por isso que de mãos a gelar se façam ao mar à
procura de uma onda que se sabe prometida. Deve ser por isso que se aguenta o
frio e o cansaço, que se leva com quilos de água em cima quando a coisa corre
mal, que se aguenta a dor nas costas e se arrisca a golpes corpo fora. Deve ser
por isso que se derretem os braços e as pernas de esforço até estarem moídos em
nada e que depois de sair de água se enfrentam os olhares agasalhados de
Inverno que não entendem o que anda aquele a fazer no mar.
É de facto difícil entender e explicar
o que faz com que todos os dias alguém acorde a sorrir e se faça ao caminho só
por saber que não há nada que possa ser mais glorioso que os segundos
indizíveis de surfar uma onda, no mar de todos os santos...
Texto completo... e muito mais... in: SOUP SURFERS #019 "Holy Spirit"
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